Um terreno plano no meio de una praia de grande extensão supõe estabelecer estratégias para preservar a intimidade em relação ao vazio atual da paisagem desértica e à densidade futura do condomínio.
É estabelecido um recinto como “ato fundacional” da casa, ocupando a totalidade do lote em comprimento, largura e altura máxima permitida, estabelecendo um prisma que é logo escavado para criar o espaço de vida, um grande plano horizontal de vida cotidiana.
Sem a necessidade de abrigo e de proteção das intempéries que nos presenteia nosso clima, a arquitetura se libera e as opacidades e transparências são dispostas para dar sempre a impressão de que estamos em um lugar maior do que é. Esta “dilatação espacial” serve para guardar a intimidade do morador, modulando sua amplitude para propiciar uma diversidade de uso de seus ambientes.
O espaço assim criado se libera criando diagonais que permitem dilatá-lo, gerando uma paisagem interior que “captura” a paisagem natural moldurando-o com uma grande viga suspensa que define um dos lados do recinto.
É estabelecida uma relação recíproca entre o espaço íntimo e o espaço capturado que é operada pelo observador. A casa se propõe então como um instrumento que propicia o diálogo entre o ser humano, a arquitetura e a paisagem dando um novo significado com esta ação.
Um universo de espaços ambiguos habita o recinto: exteriores fechados, interiores abertos, exteriores íntimos e interiores extrovertidos são sucedidos em uma sequência ditada por múltiplos percursos possíveis que são determinados pelos usos, as atividades ao longo do dia e da noite e os usos não previstos pelos moradores.
Informação Complementar:
- Engenharia Estrutural: Eng. Francisco Barrantes
- Cliente: Privado
- Contratante: Construcciones Corbus
- Projeto: Março – Junho 2010
- Obra: Julho 2010 – Janeiro 2011